Tem chorinho no cardápio
11/09/2009 - 00h00 (Outros - A Gazeta)
foto: Marcos Fernandez - AG
Evandro Bellumat, Tião 7 Cordas, Alexandre Araújo e Edvaldo Nunes: chorinho no Balacobaco
11/09/2009 - 00h00 (Outros - A Gazeta)
foto: Marcos Fernandez - AG
Evandro Bellumat, Tião 7 Cordas, Alexandre Araújo e Edvaldo Nunes: chorinho no Balacobaco
Evelize Calmon ecalmon@redegazeta.com.br
Gênero musical que nasceu, brasileiro, no século XIX, o choro toma conta da Ilha neste fim de semana durante a 13ª edição do Femusquim - Festival de Música de Botequim, no Morro dos Alagoanos. Mas não é só deste evento que se faz a alegria dos "chorões" por essas bandas. Bares e restaurantes de Vitória especializados na culinária brasuca também incluem - com sucesso - o popular chorinho no cardápio. Um desses redutos cativos para fãs de choro é o Balacobaco, na Praia do Canto, que mantém programação com a trilha sonora brasileiríssima desde a inauguração, em 2003. Atualmente, a casa - que já teve três noites na semana dedicadas ao gênero eternizado por Pixinguinha - reserva as noites de sexta para o som de bandolim, acordeon, pandeiro e violão 7 cordas do grupo Chorinho da Praia. Os experientes músicos, Alexandre Araújo, Edvaldo Nunes, Evandro Bellumat e Tião 7 Cordas (que toca choro há mais de 50 anos), apresentam um repertório recheado de clássicos, a partir das 21h. Perto dali, em Santa Lúcia, o Spetacollo garante, todo sábado, a harmonia entre chorinho e um dos símbolos da cozinha brasileira, a feijoada. Por lá, a música fica por conta da dupla Elias Borges e Jadiel, a partir das 12h. No mesmo horário, também aos sábados, os chorões entram em ação no restaurante Côté Jardin, do Novotel Vitória, também famoso pelo bufê de feijoada. Boêmio por excelência, o Centro de Vitória também tem, semanalmente, uma noite dedicada ao choro. O palco é o Augustus Botequim, que recebe, às sextas, o grupo Sambachoro.som. Além de chorinho, o quarteto formado por Paulo Tessarolo (sax), Josué Ramos (violão), Peterson de Oliveira (pandeiro) e Bruno Souza (cavaquinho) toca samba, MPB e bossa nova. O Hortomercado e o Chopp Haus também abrem espaço para a música dos chorões. O tradicional bar com música ao vivo de Jardim da Penha dedica as noites de quinta a canções como "Brasileirinho", "Tico-Tico no Fubá" e "Noites Cariocas" pelas mãos dos músicos Edu do Cavaco, Augustinho e Delson. No Morro dos Alagoanos, o Femusquim - dedicado, neste ano, ao bamba Ataulfo Alves - encerra uma série de eventos que reverenciam o gênero em Vitória. O Circuito Nacional de Choro, que homenageou Seu Chiquinho, um dos pioneiros do chorinho no Espírito Santo, levou artistas como Carlos Malta Pife Muderno e Galo Preto às ruas de Jardim Camburi e Praia do Canto. Os músicos mostraram ao público a tradição do choro e as renovações por que passou o estilo desde sua criação.
Curiosidades sobre o choro História: O choro surgiu, provavelmente, em meados de 1870, no Rio de Janeiro, e nessa época era considerada apenas uma forma abrasileirada de os músicos tocarem ritmos estrangeiros populares naquele tempo, como os europeus xote, valsa e polca, além do africano lundu. O flautista Joaquim Calado é considerado um dos criadores do choro por ter incorporado ao solo de flauta dois violões e um cavaquinho, que improvisavam livremente em torno da melodia. Instrumentos: O conjunto de choro (denominado "regional") é formado, geralmente, por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e cavaquinho, que executam a melodia. O cavaquinho faz o centro do ritmo e um ou mais violões e o violão de 7 cordas formam a base do conjunto, além do pandeiro como marcador de ritmo.Ícones do choro: Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Entre os choros mais famosos de todos os tempos estão "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu; "Brasileirinho", de Waldir Azevedo; "Noites Cariocas", de Jacob do Bandolim; "Carinhoso", de Pixinguinha . O chorão mais conhecido e ativo atualmente é o flautista e compositor Altamiro Carrilho, que já se apresentou em mais de 40 países difundindo o gênero.Choro ou chorinho? O nome do gênero musical é choro, mas popularmente é chamado de chorinho. Muitos chorões, ou mesmo apreciadores do gênero, não gostam desta última denominação, alegando que não se chama samba de "sambinha" ou jazz de "jazzinho". Outros consideram o chorinho como um aspecto do choro ou o ambiente proporcionado pelo gênero.Jazz brasileiro? Muitas pessoas afirmam que o choro é o "jazz brasileiro". Mas, apesar de ambos terem em comum a improvisação, o choro surgiu antes do jazz, portanto, dizem, este último é que deveria chamar-se "choro norte-americano". Além disso, a origem dos mesmos é diferente. O jazz provém da cultura negra norte-americana e o choro têm origem europeia, da polca.Dia do Choro: No dia 23 de abril se comemora o Dia Nacional do Choro, em homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada a lei criada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.Fonte: Wikipedia Onde ouvir Balacobaco: Um dos pioneiros da cidade a incluir choro no cardápio, o Balacobaco reserva as sextas-feiras para o estilo musical. Quem toca é o grupo Chorinho da Praia, a partir das 21h. Endereço: Rua Desembargador Sampaio, 106, Praia do Canto, Vitória. Telefone: (27) 3315-6877.